Quatro formas de estimular o engagement dos seus colaboradores 

  
As novas tecnologias e a evolução dos modelos de trabalho estão a reformular a forma de trabalhar e a impactar as necessidades universais dos colaboradores

Estas mudanças destacam a importância de criar experiências positivas para os seus colaboradores.

Estar atento é essencial para compreender a evolução da expectativa dos colaboradores. Nos primeiros resultados do nosso estudo Global Talent Trends 2025, responsáveis de RH revelaram que 92% das organizações têm um programa para obter feedback dos colaboradores. Para 73% dessas organizações, o programa consiste num survey de engagement anual ou bianual, destes, 43% incentiva a participação em atividades adicionais, incluindo focus groups e ou estudos ad-hoc. 

Apesar de a maioria dos colaboradores (84%) sentir-se motivado no trabalho, o risco de burnout está no seu pico, com 82% dos colaboradores a sentirem-se em risco. Isto tem implicações em tudo, desde o sentimento de pertença à produtividade. E com o declínio do engagement dos colaboradores nos últimos anos, as organizações procuram formas de corrigir esta tendência protegendo simultaneamente o bem-estar das suas pessoas.

Para as organizações que procuram manter a motivação dos seus colaboradores e criar experiências significativas que promovam o engagement para aqueles que se sentem mais desmotivados, existem quatro passos para começar:

1. Sentir-se valorizado

Os colaboradores motivados têm mais probabilidade de se sentirem valorizados no trabalho, ao contrário dos colaboradores não motivados. (65% versus 43%). Um sentimento de autoestima e de valorização pelas organizações são cruciais para os colaboradores. 

No entanto, rápidas alterações nas competências e na própria natureza do trabalho causada pela IA podem fazer com que os colaboradores questionem as suas identidades profissionais. Se estes sentimentos se manifestarem, podem afetar a autoestima do colaborador.

  • Passe à ação

    Uma cultura de reconhecimento e de valorização é uma base essencial para uma força de trabalho motivada. Os gestores podem mostrar que valorizam os seus colaboradores por definir expectativas claras e por reconhecer o seu contributo.

    Ao disponibilizar soluções de feedback contínuo, reconhecer os resultados alcançados e apoiar o crescimento dos colaboradores, os gestores podem ajudar as suas equipas a manter um forte sentimento de autoestima e de satisfação no trabalho.

2. Sentimento de propósito

A nível global, 51% das pessoas trabalham para um propósito, enquanto o resto trabalha principalmente por um salário. No entanto, quando consideramos colaboradores motivados versus não motivados, os últimos têm muito menos probabilidade de trabalhar para um propósito (33% versus 55%). Da mesma forma, colaboradores motivados tendem a ver o trabalho como uma parte importante das suas vidas (79% versus 54%).

Colaboradores motivados tem mais probabilidade em confiar nos seus gestores e de desenvolverem um sentimento de pertença. Desenvolvem esta motivação através das relações no trabalho, e do trabalho em si. . A confiança depositada nas suas organizações é a principal variável que influencia a forma como os colaboradores são motivados no trabalho, o seu sentimento de prosperidade e a sua intenção de permanecer na organização.

A variável da confiança mostra que as organizações ainda podem melhorar os resultados para 49% dos colaboradores que não veem um propósito no seu trabalho por concentrar os seus esforços em construir confiança e tornar o trabalho significativo de outras formas. Muito disto depende das relações que os gestores constroem com as suas equipas. Um trabalho interessante e gratificante pode rapidamente colapsar se o gestor da equipa faz uma micro-gestão ou não apoia os seus colaboradores .

  • Passe à ação
    Para tornar o dia-a-dia mais significativo, os gestores podem mostrar aos colaboradores que confiam neles para gerirem o seu próprio trabalho. Permita-lhes explorar áreas de interesse ou adquirir competências e desenvolver-se profissionalmente (ao mesmo tempo que é consciente na forma como relaciona este desenvolvimento com objetivos de negócios mais abrangentes).

3. Evolução das expectativas dos colaboradores

Ao longo do tempo, o estudo demonstrou que quase 50% da variação no engagement pode ser prevista pelos traços de personalidade dos colaboradores. Colaboradores com personalidades mais positivas, proativos, conscientes e extrovertidos normalmente são mais envolvidos no trabalho (e por consequência, mais motivados e entusiastas). Mas mesmo com essa ressalva, ainda existem muitos fatores que as organizações podem usar.

Afinal, o engagement é marcado pela forma como as coisas mudaram: No pós-pandemia, existe maior probabilidade dos colaboradores terminarem o dia à hora suposta  ou pedirem compensações por assumirem responsabilidades fora das suas funções planeadas. E todos estão mais conscientes do impacto que o mau equilíbrio entre a vida profissional e pessoal tem na saúde e na felicidade. 

  • Passe à ação
    Se as expectativas dos colaboradores não forem alcançadas, os níveis de engagement podem ser afetados. De forma a estarem alinhados com o sentimento dos colaboradores, as organizações podem aproveitar a escuta passiva. O nosso Estudo Global Talent Trends HR de 2025 mostra que atualmente apenas 19% das organizações está a implementar esta estratégia — existe uma oportunidade clara para as organizações usarem esta estratégia para uma vantagem competitiva. Recolher dados adicionais das ações diárias no calendário de um colaborador (por exemplo, quanto tempo de foco versus tempo de reunião, ou a sua utilização de Slack ou Teams) pode reforçar as perspetivas dos surveys a colaboradores

4. Sobrecarga de tecnologia

Diferentes membros da equipa podem ter reações diferentes à introdução de novas tecnologias. Para alguns, pode parecer avassalador, enquanto para outros, representa uma oportunidade. É mais provável que os colaboradores motivados tenham uma atitude positiva em relação às mudanças no local de trabalho, com 67% a manifestarem-se entusiasmados com as novas tecnologias e ansiosos por testar as suas competências

A IA pode aliviar ou aumentar a carga de trabalho, dependendo das medidas e da formação que acompanham a sua implementação. Existe uma maior probabilidade de os colaboradores motivados confiarem que as suas organizações irão capacitá-los com a formação de que necessitam, caso a IA ou automação venha a alterar a sua função 47% versus 34% para colaboradores não motivados). Com isto em mente, existe menos probabilidade de os colaboradores não motivados aceitarem a IA, pois podem considerar a sua vida profissional mais desafiante. 

  • Passe à ação
    Muitas vezes, quando se trata de tecnologia, menos é mais. Em vez de se agarrar às inovações mais recentes considere primeiro qual o seu principal objetivo. Isto ajudará a garantir que os colaboradores não se sintam sobrecarregados por demasiadas ferramentas semelhantes - ou frustrados com ferramentas diferentes. Os gestores devem ser proativos na tecnologia que pode ser facilmente integrada e que promova uma experiência positiva para colaboradores. Ao considerar estes fatores, os gestores podem proteger a motivação das suas equipas enquanto acompanham os desenvolvimentos tecnológicos. 

Motivar o engagement dos colaboradores exige que as organizações priorizem o reconhecimento, o propósito e a adaptação. Mas para realmente existir mudança e manter a motivação e o engagement dos colaboradores, as organizações devem mudar de perceções para ações. No entanto, apenas 34% dos responsáveis de RH[1] sentem que estão a conseguir perspetivas acionáveis dos seus programas de escuta de colaboradores. Ainda existe uma forma de garantir que a escuta dos colaboradores é utilizada como alavanca estratégica.

Se considerou estes dados interessantes, fique atento aos resultados do nosso estudo 2025 Employee Experience.

Sobre o(s) autor(es)
Kelly O’Rourke

Program Manager

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