O início de um novo capítulo

Prioridades para 2025: Enfrentar os desafios de RH nos setores da energia e dos produtos químicos 

À medida que os setores da energia e dos produtos químicos enfrentam um panorama dinâmico e volátil, os responsáveis de RH são chamados para apoiar as suas organizações a ultrapassar mudanças complexas. Desde mudanças económicas aos avanços tecnológicos, o papel dos RH é fundamental para desenvolver resiliência e adaptabilidade nas organizações. 

Um estudo recente da Mercer, que contou com a participação de responsáveis de RH em 23 multinacionais líderes no setor, destacou três prioridades para 2025: gestão de custos, crescimento e simplificação transversal a toda a organização. Estas prioridades organizacionais sustentam os principais riscos relacionados com pessoas que requerem medidas imediatas — gestão de talento, transformação de RH e implementação e integração de tecnologia. Neste estudo, exploramos os riscos relacionados com pessoas e oferecemos perspetivas sobre como os RH podem ultrapassar eficazmente os desafios deste ano.

1. Gestão de talento: O coração do sucesso organizacional

A gestão de talento continua a ser uma preocupação crítica para os responsáveis de RH, particularmente em setores tão especializados e competitivos como o setor da energia e dos produtos químicos. O nosso estudo mostra que os desafios relacionados com a gestão de talento para 2025 centram-se prinicpalmente nas três seguintes áreas: atração, retenção e gestão de desempenho, desenvolvimento de carreira e competências de liderança.

Com um mercado de trabalho cada vez mais restrito e mudanças constantes no setor, as organizações precisam de abordagens inovadoras para a aquisição de talentos. Embora os esforços de recrutamento tenham sido frequentemente reativos, os responsáveis de RH têm agora a tarefa de alinhar mais estritamente as estratégias de aquisição de talento com os objetivos das organizações para melhorar a experiência do candidato, agilizar processos de contratação e definir laços mais fortes com instituições académicas para criar um pipeline de colaboradores capacitados. A agravar estes desafios está a necessidade de apelar a uma nova geração de colabradores, que muitas vezes têm perceções erradas sobre o setor e priorizam organizações que refletem os seus valores e ideais.

A gestão de desempenho é também uma prioridade, com muitos responsáveis de RH a explorar formas de atualizar e otimizar os seus programas atuais. À medida que as organizações do setor da energia e produtos químicos procuram uma execução e crescimento perfeitos, as métricas de desempenho devem refletir este objetivo, o que pode significar reavaliar o número e os tipos de classificações de desempenho, garantir que os gestores de linha estão a ter conversas significativas sobre o desempenho e reconhecer e recompensar os colaboradores que tenham tido um desempenho e contributo significativo.

O nosso estudo mostra que os colaboradores em toda a cadeia de valor não têm, muitas vezes, a certeza de qual o seu percurso de carreira dentro da organização. Abordar esta lacuna será essencial para melhorar o engagement dos colaboradores e para reter o talento crítico. Os responsáveis de RH devem priorizar a criação de percursos de carreira mais claros, e planos de sucessão robustos de forma a prepararem-se para reformas antecipadas, garantindo que o conhecimento institucional seja preservado e transmitido à próxima geração de liderança.

Um tema recorrente no nosso estudo foi a necessidade de uma liderança ágil. Dadas as incertezas globais que afetam as empresas do setor da energia e dos produtos químicos, os responsáveis de negócio deverão estar aptos para lidar com desafios externos, mantendo uma abordagem ágil à sua estratégia. As iniciativas de desenvolvimento de liderança que preparam os gestores para liderar com resiliência e adaptabilidade, serão essenciais para organizações que enfrentam mudanças frequentes na sua estratégia.

Um dos principais desafios que temos para 2025 é criar uma organização de elevado desempenho, empenhada e inclusiva que adote um posicionamento de “jogar para ganhar”.
Diretor de Gestão de Talento

Organização do setor de produtos químicos

2. Transformação de RH: Criação de uma função de RH orientada para as questões comerciais

À medida que os RH avançam no percurso de transformação para desempenharem um papel mais estratégico e comercial dentro da organização, o nosso estudo identificou duas prioridades principais: melhorar a eficiência e reestruturar o modelo dos RH.

A eficiência dos RH não se trata apenas de fazer as coisas bem, mas também de alinhar com os objetivos da organização. Muitos responsáveis de RH estão a reavaliar os seus modelos de parceria de negócio para permitir que os profissionais de RH atuem de uma forma mais estratégica. Serão necessários esforços de requalificação, particularmente para partners de RH (HRBPs), que precisarão das competências para aconselhar e apoiar os líderes de negócio no cumprimento dos objetivos estratégicos. Ao fazê-lo, os RH irão evoluir de uma função transacional para uma função com um impacto organizacional mensurável.

À medida que as organizações são obrigadas a fazer mais com menos, acabam por duplicar o modelo de serviços partilhados e a esforçar-se ainda mais por sinergias, dada a imprevisibilidade que o setor enfrenta. Este modelo permite que as organizações centralizem e criem padrões para as funções de RH, muitas vezes aumentando a eficiência de custos e melhorando a consistência do serviço. Para muitas organizações, a mudança para um modelo de serviços partilhados ou a subcontratação representa uma resposta pragmática às limitações de recursos. No entanto, existe uma divisão entre as organizações que favorecem serviços partilhados e aquelas que estão a considerar terceirizar. Cada opção oferece benefícios e desafios únicos. Os serviços partilhados podem oferecer mais controlo, enquanto a subcontratação pode oferecer flexibilidade e escalabilidade, particularmente para organizações com um número mais pequeno de colaboradores.

À medida que os RH no setor da energia e dos produtos químicos avançam no percurso de transformação, melhorar a eficiência e fazer o alinhamento com os objetivos da organização, são passos fundamentais. A implementação eficaz de tecnologia irá agilizar os processos e criar o impacto mensurável.
Milan Taylor

Global Energy Leader da Mercer

3. Tecnologia: Um facilitador de eficiência e inovação

A última área prioritária de 2025 para os responsáveis de RH que entrevistámos, é a tecnologia. À medida que a transformação digital avaça em todos os setores, os departamentos de RH devem aproveitá-la para melhorar a eficiência, reduzir custos e permitir o planeamento estratégico da força de trabalho. Os dois principais desafios tecnológicos identificados são a implementação eficaz e o papel emergente da inteligência artificial (IA).

Para as organizações que já investiram em novos sistemas de tecnologia de RH, 2025 será para maximizar o retorno destes investimentos de forma a garantir que os sistemas sejam totalmente usados para apoiar as prioridades estratégicas. Para tal, as equipas de RH devem estar preparadas para apresentar métricas claras que demonstrem como os investimentos em tecnologia estão a contribuir para os resultados organizacionais, quer através do aumento de produtividade, quer através de uma experiência melhorada para os colaboradores.

Embora a IA seja promissora para muitas funções de RH, atualmente existe pouca unanimidade sobre o seu papel nos setores de energia e produtos químicos. A IA pode ser aproveitada para agilizar processos como recrutamento e gestão de desempenho, mas a abordagem do setor à adoção da IA permanece cautelosa. Muitos responsáveis de RH estão a adotar uma abordagem de “esperar para ver”, optando por aprender com as experiências dos primeiros utilizadores antes de se comprometerem totalmente com soluções orientadas por IA. No entanto, à medida que a tecnologia de IA avança, poderá em breve tornar-se uma ferramenta padrão para organizações que procuram manter uma vantagem competitiva na gestão de talento e em outras funções de RH.

No mercado em rápida evolução do setor da energia e dos produtos químicos, aproveitar a tecnologia para aumentar a eficiência e apoiar as prioridades estratégicas é essencial para o crescimento e resiliência sustentável.
Lisa Lyons

IMEA Transformation Center of Excellence Leader da Mercer

Olhar para o futuro: Prioridades emergentes dos RH para 2025

Os desafios descritos acima preparam o terreno para as prioridades emergentes de 2025. Com base no nosso estudo, os responsáveis de RH dos setores da energia e produtos químicos devem priorizar:

  • Construir um pipeline de talentos robusto, com ênfase no planeamento da sucessão
  • Transformar as operações de RH para disponibilizar um maior apoio estratégico e de negócio
  • Maximizar o valor da tecnologia de RH para cumprir os objetivos do negócio

À medida que as organizações se esforçam por equilibrar a gestão de custos com a eficácia organizacional, o papel dos RH como parceiro estratégico será mais crítico do que nunca.

Para os profissionais de RH neste ambiente complexo, oferecemos dados e insights importantes sobre as prioridades e estratégias que moldam o futuro dos RH no setor da energia e produtos químicos.

Sobre o survey

Entre agosto e outubro de 2024, a área da Mercer dedicada às áreas da Energia e dos Recursos Naturais realizou 23 entrevistas — tanto presenciais como virtuais — com responsáveis de RH no setor da energia e produtos químicos.
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