Uma visão holística aos riscos nas empresas 

19 julho 2024

  • Além do foco na operação, processos, sistemas, ferramentas e tecnologia, hoje as organizações devem priorizam também os riscos diretamente relacionados com as pessoas.

A resiliência organizacional continua a ganhar terreno na agenda dos executivos enquanto elemento essencial para a competitividade e sustentabilidade das organizações. Esta resiliência era tradicionalmente vista como a capacidade de responder aos desafios e capitalizar oportunidades à medida que surgiam, para equilibrar, com sucesso, os riscos e as recompensas. Mas os últimos anos provaram que a evolução e impacto dos riscos têm o potencial de paralisar ou galvanizar uma organização da noite para o dia, fazendo com que as abordagens tradicionais e reativas à gestão do risco se tornem incompletas ou até mesmo obsoletas.

A adoção de abordagens mais proativas e preventivas tem assim o seu papel fundamental na construção desta resiliência organizacional. Mas acreditamos que uma visão mais holística sobre o próprio conceito de risco seja o motor para uma organização verdadeiramente prosperar. Além do foco na operação, processos, sistemas, ferramentas e tecnologia, hoje as organizações devem priorizam também os riscos diretamente relacionados com as pessoas para garantir a sua sustentabilidade e resiliência.

Se dados como “81% dos colaboradores sentem-se em risco de burnout” pelo terceiro ano consecutivo e “48% dos RH referem haver escassez de competências críticas ao negócio” não forem devidamente mapeados na lista de riscos organizacionais com as respetivas estratégias de mitigação, é inevitável que mais cedo ou mais tarde se pague a conta. As evidências mostram que as pessoas podem prosperar de forma saudável fora de uma empresa específica (exemplo disso é o crescimento exponencial da gig economy), mas uma empresa não consegue sobreviver no longo prazo sem uma comunidade de talento saudável.

Na sua nona edição, uma das quatro tendências mapeadas pelo Mercer Global Talent Trends 2024 é “Boost the corporate immune system”, que se traduz na urgência de as organizações construírem culturas resilientes com equipas conscientes dos riscos e saudáveis​​na sua essência para promover a resiliência corporativa de longo prazo. Para atingir esta ambição, três mudanças são relevantes numa organização:

  1. Proatividade
    Gerir riscos de forma proativa e mais ampla pode mitigar a exposição e o impacto dos riscos. Além do conceito alargado de riscos e do respetivo planeamento de cenários, torna-se mais eficiente criar uma responsabilidade partilhada entre todos os stakeholders (executivos, liderança, colaboradores, parceiros e clientes) para o mapeamento e antecipação dos riscos, criando as devidas ações de sensibilização e capacitação para agirem perante indicadores de alerta iniciais.
  2. Predição
    Análises e modelagem de cenários cada vez mais sofisticadas permitem uma tomada de decisão mais informada baseada em dados sobre mitigação, transferência e gestão de riscos. Tirar partido da IA e evoluir para análises preditivas é fundamental para permanecer um passo à frente.
Leia o artigo na integra aqui.
Sobre o(s) autor(es)
Vânia Fonseca

Career Associate Mercer Portugal

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