Repensar a produtividade na era da IA 

19 julho 2024

  • A verdade é que a IA já está a aumentar a capacidade de trabalho em algumas tarefas e a exigir uma mudança profunda de competências.

As organizações estão numa corrida para captar o potencial da automação e da inteligência artificial nos seus negócios e na produtividade da sua força de trabalho, ainda que com níveis de maturidade, capacidade e velocidades distintos.

Segundo o estudo Global Talent Trends de 2024 da Mercer, um em cada quatro executivos acredita que a IA vai mudar profundamente o seu modelo de negócio, projetando ganhos de produtividade na ordem dos dois dígitos (10%-30%).

Apesar desta perspetiva otimista, os líderes de negócio concordam que as métricas utilizadas hoje para medir a produtividade não refletem verdadeiramente aquele que é o contributo humano. Surge assim uma oportunidade para repensar a equação da produtividade e as variáveis que melhor conseguem captar o contributo da força de trabalho.

Neste contexto, destacam-se três questões relevantes que devem ser avaliadas pelas organizações:

  1. A minha organização sabe quais são as competências necessárias para o negócio e conhece o que já tem internamente?
  2. A minha organização promove uma cultura de crescimento e os meus colaboradores revelam orientação para a aprendizagem?
  3. A minha organização tem políticas de saúde e bem-estar e promove um ambiente inclusivo?

Em contextos cada vez mais rápidos e incertos, as organizações têm de ser cada vez mais capazes de conhecer o seu talento interno, compreendendo quais as competências que têm internamente e aquelas que têm de desenvolver ou “comprar” para fazer face aos crescentes desafios.

No entanto, a deteção das competências por si só não é suficiente; só uma mentalidade de crescimento e capacidade de aprender, desaprender e reaprender irá permitir aos colaboradores navegar a médio-longo prazo nestes ambientes. Por outro lado, e enquanto denominador comum a toda a equação, coloca-se o tema do bem-estar e o seu impacto na produtividade da força de trabalho. As organizações devem, por isso, promover ambientes que fomentem a segurança psicológica, confiança e o sentimento de pertença.

E onde entra a tecnologia? Se esta é tão promissora, porque é que os ganhos de produtividade são tão marginais? A história tem-nos mostrado que o retorno do investimento em novas tecnologias não acontece com a sua simples aquisição ou integração e que muitas vezes as empresas falham no processo de gestão da mudança ou na sua capacidade para fazer o reskilling e upskilling dos colaboradores ao ritmo acelerado da evolução tecnológica.

 

Leia o artigo na integra aqui.

Sobre o(s) autor(es)
Sara Fontoura

Senior associate, Mercer Portugal

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