Criar um caminho para adotar a IA para o máximo impacto enquanto cuida do ser humano 

Esta adoção não só transformou a forma como trabalhamos, como também redefiniu a forma como as empresas alinham os objetivos organizacionais e o bem-estar das suas pessoas. Na era da IA, uma integração de ferramentas bem-sucedida depende de alcançar o equilíbrio certo entre a produtividade e a experiência humana. Esta relação mutuamente benéfica deve satisfazer as necessidades de indivíduos, organizações e sociedade em geral. 

Em todos os setores de atividade, as aplicações de IA estão a revolucionar os fluxos de trabalho, a simplificar processos e a permitir que os profissionais tomem decisões orientadas por dados com maior precisão e velocidade. Por exemplo, no setor dos cuidados de saúde, as ferramentas de diagnóstico baseadas em IA podem analisar imagens médicas e dados de pacientes  para ajudar os prestadores de cuidados de saúde no diagnóstico e planeamento do tratamento. Em finanças, os algoritmos de IA analisam tendências de mercado e comportamento do consumidor para otimizar estratégias de investimento  e detetar atividades fraudulentas.

Na produção, a automação orientada por IA melhora a eficiência e o controle de qualidade, levando a economias de custo e maior competitividade. Da mesma forma, no atendimento ao cliente, os chatbots com IA oferecem assistência personalizada  e agilizam os canais de comunicação, melhorando a satisfação e a fidelidade do cliente. Nos RH, a IA ajuda ao analisar grandes volumes de dados para obter informações e melhorar os processos de recrutamento através de análises preditivas.

Na verdade, estes exemplos só começam a riscar a superfície do enorme potencial da IA. Ao delegar tarefas repetitivas a sistemas de IA, os colaboradores podem redirecionar o seu foco para trabalho mais produtivo. Isto, por sua vez, pode levar a uma aprendizagem contínua, desenvolvimento de competências e maior satisfação no trabalho para colaboradores, otimizando, acelerando e até transformando a forma como os clientes interagem com serviços e produtos.

Desde 2023, vimos a utilização de ferramentas de IA generativas a crescer rapidamente, com a investigação mais recente a mostrar entre 65% e 75% dos trabalhadores com conhecimentos a utilizar ferramentas de IA. Embora o investimento em IA seja a principal prioridade para os C-Suite, e 84% dos responsáveis de RH esperam uma mudança  para uma função de RH mais automatizada e tecnológica, não observamos o nível de adoção necessário pelas organizações para maximizar os ganhos de produtividade. 

De acordo com o estudo Voice of the CHRO de 2024 da Mercer, a maioria das organizações permanece nas fases iniciais da jornada com apenas 30% já a planear, conduzir ou implementar estratégias de IA. Apenas 15% dos executivos de RH acreditam que as suas organizações estão à frente dos seus pares. E daqueles que classificaram a utilização de IA como uma das três principais prioridades nas suas organizações, mais de um terço afirma ter alcançado pouco ou nenhum progresso.

Parte deste atraso na adoção vem de uma relutância mais ampla em experimentar novas tecnologias. O estudo da Mercer HR Technology’s Impact on the Workforce  mostra que alguns grupos em particular, sentem-se assim, incluindo trabalhadores com idades compreendidas entre os 35 e os 44 anos, executivos, gestores e novos colaboradores.

O aumento das ferramentas de IA também desencadeou reações mistas, de acordo com o estudo Global Talent Trends 2024. Muitos colaboradores estão otimistas: um terço afirma (ou espera) uma mudança positiva na sua carga de trabalho com o apoio da IA ou automação, e 29% espera que a IA liberte mais tempo para pensar. Outros estão a ter uma crise “existencial tecnonógica”, acreditando que a IA e/ou a automação podem substituir os seus trabalhos até 2027 (10%), monitorizá-los no trabalho (14%) ou aumentar a sua carga de trabalho (20%). No entanto, a crise real pode vir de evitar a IA.

Ao considerar o que representa a maior ameaça a curto prazo para o seu negócio:

^{Fonte: Mercer’s Global Talent Trends 2024}

Outro fator que desafia a adoção é a falta de clareza e orientação do topo Para absorver todo o potencial da IA, as organizações devem aceitá-la como uma ferramenta para todos e quebrar silos: Os C-suite precisam de definir a visão e criar um sistema de governança que exija que as equipas de RH, TI, operações, risco e jurídica trabalhem em conjunto para criar o ambiente para a organização alavancar com segurança as ferramentas de IA generativas. 

É nossa responsabilidade e a nossa maior oportunidade de transformação traçar um caminho para a inovação em IA que resulte num impacto positivo líquido na força de trabalho, enquanto acelera o crescimento sustentável para o negócio.

Adotar a IA de uma forma que tenha um impacto positivo na força de trabalho e no negócio requer que as organizações desenhem de forma responsável e com propósito, e que os colaboradores a abordem com curiosidade e uma mentalidade digital. Os RH têm uma responsabilidade clara de desempenhar um papel de liderança na forma como a IA é introduzida e usada pela força de trabalho, abraçando o papel em mudança dos RH, de supervisores do trabalho a guardiões da humanidade.

^{Fonte: Global Talent Trends 2024 da Mercer}

O nosso estudo mostra que os RH são eficazes a estimular a adoção da IA. Na verdade, 71% dos colaboradores tentaram usar a IA no trabalho assim que os responsáveis de RH explicaram como isso iria afetar as suas funções. Os RH também podem ajudar a força de trabalho a diminuir lacunas de literacia de IA, desde ética e conformidade à experimentação e conhecimento técnico. Dado o ritmo da aceleração tecnológica, todas as organizações devem manter os seus líderes e força de trabalho atualizados sobre as ferramentas e capacidades de IA mais recentes – não apenas o que estão a utilizar internamente, mas também as ferramentas robustas, gratuitas e fáceis de utilizar que estão disponíveis no mercado.

O verdadeiro envolvimento, claro, não vem de um dia para o outro ou de uma única formação. A adoção bem-sucedida da IA requer tempo e espaço para os colaboradores se adaptarem, além de educação abrangente e contínua. Estes programas educativos podem incluir uma combinação de conceitos mais amplos e exemplos de utilização, atividades práticas e iniciativas mais direcionadas que possam ir ao encontro das necessidades de diferentes pessoas e grupos de negócios. Comandos de IA e validação de resultados, por exemplo, são competências essenciais para a maioria dos trabalhadores de desenvolvimento intelectual.

^{Fonte: Global Talent Trends 2024 da Mercer}

Antes de “adotarem” a IA, os colaboradores também precisam de compreender a oferta para eles. Os COLABORADORES que pensam que a requalificação levará a um aumento salarial, por exemplo, têm quatro vezes mais probabilidade do que os seus pares de gastar um terço ou mais do seu tempo  a aprender novas competências. Para impulsionar a adoção, as organizações têm de torná-la pessoal e fazer valer a pena. 

Ao abraçar a IA com curiosidade, empatia e com visão de futuro, as organizações podem navegar pelos desafios e oportunidades da era digital.

Ao adotar uma mentalidade digital e uma abordagem com a IA em primeiro lugar, os RH serão mais eficazes a orientar a organização na adoção da IA para criar o máximo impacto enquanto cuidam do lado humano. 

A Mercer trabalha em estreita colaboração com organizações para criar um caminho para as ajudar a executar as suas estratégias de IA, preparando empresas e pessoas para o futuro do trabalho — independentemente de onde se encontrem no seu percurso. Ao tirar partido da nossa experiência de pessoal e tecnologia e adotar uma abordagem baseada em evidências, podemos ajudar a sua organização a aplicar a IA de forma eficaz e maximizar os seus benefícios.

Quer pretenda melhorar o aumento de produtividade, melhorar a experiência do colaborador ou transformar a função de RH através da IA, contacte um consultor da Mercer para obter orientação e apoio especializado.