Living Wage: o caminho da compensação responsável 

15 fevereiro 2023

O caminho da compensação responsável

Nos últimos meses temos assistido à comunicação, por parte de diversas organizações, da sua decisão de aumentar o seu salário mínimo de entrada. Em geral, os valores apresentados distanciam-se do salário mínimo nacional (SMN), manifestando a consciência por parte destes empregadores de que o valor do SMN não permite aos colaboradores viver com um padrão mínimo de qualidade de vida, ainda mais em localizações onde o custo de vida é superior.

 

Esta posição por parte das organizações traduz o assumir de um compromisso relativamente à prática de uma compensação responsável, de pagar uma remuneração aos seus colaboradores que lhes permita viver com condições mínimas de dignidade. No entanto, esta iniciativa é também uma medida com um impacto positivo ao nível do Employer Branding, reforçando a capacidade de atrair e de reter pessoas, numa altura em que setores como o Retalho, a Hotelaria ou a Indústria assumem dificuldades em recrutar para funções mais operacionais.

 

O conceito de Living Wage é, desde há muito preconizado pelas Nações Unidas, como uma forma de assegurar que os trabalhadores conseguem viver condignamente com o produto do seu trabalho - o seu salário. Viver, não apenas sobreviver.

 

“Everyone who works has the right to just and favorable remuneration ensuring for himself and for his family an existence worthy of human dignity.”

United Nations, Article 23 of the Universal Declaration of Human Rights.

 

“Living Wage is a wage that enables workers and their families to meet their basic needs.“

- United Nations.

 

O contexto socioeconómico, em particular a escalada da inflação que se tem observado no último ano no nosso país, veio dar particular destaque a este tema e trazê-lo para a agenda de muitas organizações, na medida em que o aumento do custo de vida tornou mais evidente a insuficiência do SMN para dar resposta às necessidades da maioria das famílias. No entanto, apesar deste sentido de urgência mais recente, desde há alguns anos que as organizações têm estado atentas ao tema, muitas estabelecendo o compromisso da compensação responsável e definindo globalmente metas para uma transição progressiva, até que consigam chegar ao patamar do Living Wage nos vários países onde estão presentes.

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Marta Dias
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