Arquitetura Funcional 

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27 julho 2023

Como as organizações se estruturam à volta das funções

Uma estrutura funcional corretamente e claramente definida permitirá que as organizações abracem de forma mais consistente estas atuais (e futuras) tendências na gestão do talento.

 

As empresas têm uma missão, visão e planos estratégicos que se declinam, entre outros, em modelos de negócio, cadeias de valor, processos, plataformas tecnológicas e digitais, cultura, pessoas e modelos organizacionais. Estes últimos refletem estruturas organizacionais que são definidas para darem resposta a todos os pontos anteriores, deixando claro para cada o seu conjunto de atribuições e o modo de relacionamento entre si, de forma a ser atingido o propósito da empresa.

 

De onde surge então a necessidade de definir funções? No fundo, as funções são uma forma de desdobrar num conjunto delimitado de atividades as atribuições de cada estrutura organizacional definida. Deste modo, e numa perspetiva arquitetónica, as funções refletem as fundações/pilares do “edifício” organizacional de uma empresa, a partir dos quais se definem todas as políticas e programas de gestão de pessoas.

 

No entanto, para definir e alinhar políticas de gestão de recursos humanos, sente-se a necessidade de estabelecer, previamente, modelos que organizem de forma criteriosa as próprias funções. A estes modelos, é de forma comum atribuída a designação de Arquiteturas Funcionais.

 

Atualmente, as empresas procuram que as suas arquiteturas funcionais sejam cada vez mais simples, ágeis, transversais e suportadas em benchmarking setoriais, podendo ser geridas através da implementação de plataformas digitais.

 

Uma arquitetura funcional transversal é importante porque:

 

  • Permite que as empresas ofereçam uma experiência ao longo de todo o ciclo de vida dos colaboradores, incluindo o foco no seu desenvolvimento e aprendizagem, estabelecendo percursos de carreira/funcionais transparentes e sustentáveis e assegurando o planeamento de sucessão nas funções críticas;
  • As equipas de recursos humanos podem utilizá-la para realizar análises preditivas de gestão de pessoas face ao negócio, dando um grande passo no sentido do planeamento estratégico da força de trabalho;
  • Permite a análise, desenvolvimento e avaliação das funções, alinhando-as com as dinâmicas do futuro do trabalho;
  • É uma estrutura fundamental para atração, desenvolvimento e retenção eficaz de talentos críticos;
  • As empresas têm a capacidade de compreender, de forma abrangente a comparabilidade interna e o valor externo das suas funções;
  • Após processos de fusão e aquisição, a arquitetura de funções permite que as equipas de recursos humanos forneçam rapidamente ao negócio a projeção de um modelo mais eficaz da futura organização.

 

Antes de terminar, gostaria de destacar dois hot topics atuais na gestão de recursos humanos que requerem um efetivo alinhamento com a arquitetura funcional:

 

  1. Gestão do conhecimento, quer através do mapeamento e desenvolvimento de skills library, quer da tendência futura da abordagens pay for skills. É de extrema importância ter um claro alinhamento com as áreas de conhecimento/atuação críticas identificadas na arquitetura funcional;
Sobre o(s) autor(es)
José Pedro Sousa
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