Mercer Portugal apresenta primeiro estudo sobre Comunicação Interna
Portugal, 20 setembro 2023
Comunicação interna em Portugal: pandemia mudou formato e reforçou relevância, mas subsiste falta de formação em comunicação aos líderes
- 56% das empresas inquiridas consideram que a comunicação interna teve uma grande importância durante a pandemia e que mudaram a forma como comunicam com os seus colaboradores;
- Pandemia acelerou processo de digitalização: e-mail é o principal canal de comunicação com os colaboradores. Seguem-se a Intranet e as plataformas digitais de videoconferência como o Skype, o Teams ou o Zoom, por exemplo.
- 44% das empresas inquiridas não disponibilizam formações de comunicação aos seus colaboradores. Apenas 1 em 10 das empresas multinacionais disponibilizam formações de caráter obrigatório às suas lideranças;
- 53% dos participantes revelam que a comunicação é generalizada e transversal a toda a organização;
- Seis em 10 empresas com modelo de trabalho presencial não possuem fluxos de comunicação bem definidos.
LISBOA, 19 de setembro de 2023 – Em Portugal, a pandemia da COVID-19 contribuiu para o aumento da relevância e para mudanças no formato seguido na comunicação interna das organizações com os seus colaboradores. A conclusão é do mais recente estudo da Mercer Portugal – “Communicate to Thrive” –, o primeiro estudo sobre Comunicação Interna aplicado à realidade nacional.
O estudo inquiriu mais de 70 organizações presentes em Portugal, de setores distintos, como indústria, saúde, serviços, retalho, turismo, energia ou tecnologia, na sua maioria com até 5.000 colaboradores, 55% das quais multinacionais. Nota para o facto de, no período pós-pandemia, nenhuma das organizações inquiridas ter adotado uma política 100% remota e 28% ainda têm uma política presencial obrigatória.
Partindo de uma das principais conclusões do estudo “Global Talent Trends 2022-2023”, também desenvolvido pela Mercer, que destaca a tendência de os colaboradores privilegiarem empresas com as quais se identifiquem e que reflitam os seus valores pessoais, o estudo “Communicate to Thrive” sublinha que o investimento em Comunicação Interna pode trazer vantagens competitivas e melhorar o posicionamento da empresa, diminuindo gaps de comunicação entre equipas e reduzindo custos operacionais.
Os dados demonstram que a pandemia da COVID-19 foi um importante impulsionador da Comunicação Interna. Cerca de 56% das empresas reconhecem que a Comunicação Interna teve uma grande importância durante este período e 68% afirmam ter mudado a forma como comunicam com os seus colaboradores. Esta percentagem revela-se superior nas empresas com mais de 150 colaboradores, sendo que 72% afirmam ter alterado, pelo menos parcialmente, a sua Comunicação Interna.
As principais mudanças verificam-se no modelo de trabalho implementado, com 75% das empresas a afirmarem ter adotado o modelo híbrido. Ao nível da comunicação, as principais mudanças apontadas são uma maior consciencialização para temas como o trabalho híbrido, a literacia digital, o bem-estar, entre outros (68%), um aumento de canais de comunicação (58%), um aumento da comunicação inter e intra-equipas (46%) e uma maior frequência na comunicação da Direção com todos os colaboradores (40%).
Em linha com estes dados, o estudo revela uma crescente digitalização da Comunicação Interna. O e-mail é o canal de comunicação a que as empresas mais recorrem, sendo a rapidez e facto de ser utilizado por todos os colaboradores os principais motivos que justificam esta preferência. A intranet é mencionada em segundo lugar, tendo a segurança enquanto fator predominante. Seguem-se as plataformas digitais, as quais têm um destaque particular nas empresas com menos de 1.000 colaboradores, sobretudo devido à sua eficácia. Seguem-se a newsletter e os manuais de acolhimento.
Os dados revelam que as empresas em Portugal têm ainda um longo caminho a percorrer, sendo que em 54% das empresas a Comunicação Interna é uma responsabilidade dividida entre as equipas de Comunicação, Marketing e Pessoas. Exigindo uma coordenação permanente entre estas equipas, esta divisão poderá representar alguns desafios de ownership e accountability.
De facto, a proximidade com a tomada de decisão é crítica para o sucesso da comunicação interna. Mostrando uma clara dispersão quanto ao perfil dos responsáveis por esta área, ainda que haja uma preponderância para que seja desempenhada por um responsável de RH ou comunicação, os dados indicam um menor alinhamento e concordância no panorama macro das empresas. Assim, ao ser uma função que não é atribuída a uma equipa em particular, a Comunicação Interna poderá não ser gerida da forma mais eficaz. Esta dispersão está em linha com o reduzido número de empresas que abordam a comunicação de forma integrada, sendo que apenas 18% das empresas nacionais e 29% das empresas multinacionais afirmam fazê-lo, o que poderá ser um obstáculo a uma visão integrada e holística da comunicação organizacional como um todo.
Assim, torna-se fundamental profissionalizar o papel da Comunicação Interna, nomeadamente através do report direto ao CEO e de fluxos bem definidos. De acordo com os resultados, seis em cada dez responsáveis de Comunicação Interna reportam diretamente ao CEO, sendo que destes apenas dois consideram que a empresa atribui um nível de importância elevado à Comunicação Interna.
Quando questionadas acerca dos objetivos que pretendem alcançar ao apostar na Comunicação Interna, as empresas destacam o aumento do sentimento de pertença e do trabalho com propósito e engagement, bem como a melhoria da experiência do colaborador. Neste sentido, o estudo destaca enquanto principal desafio da Comunicação Interna o estabelecimento de um vínculo emocional com os colaboradores e a sua mobilização para a ação.
Perante os resultados, o estudo apresenta algumas recomendações. Primeiramente, as empresas devem integrar a Comunicação Interna na sua estratégia de comunicação global. É importante compreender que a Comunicação Interna não é apenas um assunto de quem o trabalha, mas sim um tema que impacta os diferentes stakeholders de uma empresa, daí a importância de ser trabalhado de uma forma integrada.
Por sua vez, é essencial apostar numa comunicação mais humana e à imagem dos diferentes grupos de colaboradores. Uma estratégia de comunicação mais humana e centrada nas Pessoas ajuda as empresas a construírem relações mais fortes. Para isso, é essencial targetizar a comunicação aos diversos públicos-alvo e capacitar as lideranças, que assumem um papel central no envolvimento dos colaboradores.
A Comunicação Interna atua enquanto enabler da estratégia da empresa, nomeadamente em processos de mudança. Quando os colaboradores compreendem o que é esperado de si e o porquê da mudança que se pretende implementar, verifica-se um maior compromisso.
Este estudo mostra que somente uma em cada dez empresas multinacionais disponibilizam formações de comunicação de caráter obrigatório para as suas lideranças. Sendo que, em Portugal, 44% das empresas não disponibilizam qualquer formação em comunicação aos seus colaboradores, o que poderá representar um obstáculo à eficácia da Comunicação Interna. Torna-se, assim, crucial formar e disponibilizar recursos para que os colaboradores desenvolvam competências como a escuta ativa, empatia e comunicação com impacto, de forma a envolver, motivar e alinhar as equipas.
“Perante um contexto cada vez mais complexo e volátil, assistimos a alterações profundas das necessidades e expetativas dos colaboradores. E, quando as premissas mudam, a forma como comunicamos muda também. Cada vez mais os colaboradores querem trabalhar com a empresa e não apenas trabalhar para a empresa”, afirma Mariana Blanc, Principal, Change Management & Communication Strategy da Mercer Portugal. “A Comunicação Interna não é um desafio de Recursos Humanos, mas sim um desafio de negócio e, por isso, de toda a empresa. À medida que as empresas se adaptam e antecipam novas oportunidades, torna-se fundamental garantir a agilidade, proatividade e proximidade da Comunicação Interna”, acrescenta.
Sobre a Mercer
A Mercer acredita na construção de futuros mais brilhantes através da redefinição do mundo do trabalho, da melhoria dos resultados em pensões e investimento e da promoção da saúde e bem-estar das pessoas. A Mercer tem aproximadamente 25.000 colaboradores em 43 países e opera em mais de 130 países. A Mercer é uma subsidiária da Marsh McLennan (NYSE: MMC), a empresa líder global em serviços profissionais nas áreas de risco, estratégia e pessoas, com 85.000 colaboradores em todo o mundo e com receitas anuais de mais de 20 mil milhões de dólares. Ajuda os seus clientes a navegar num ambiente cada vez mais dinâmico e complexo através de quatro empresas líderes de mercado: Marsh, Guy Carpenter e Oliver Wyman, Para mais informações, visite www.mercer.pt ou siga-nos Facebook e LinkedIn.