Executivos de topo destacam Inteligência Artificial enquanto fator-chave para o aumento da produtividade, mas maioria dos colaboradores não se sente preparada para a transformação
Portugal, 19 março 2024
Lisboa, 19 de março de 2024 – A Mercer, empresa do Grupo Marsh McLennan (NYSE: MMC), divulga hoje a mais recente edição do estudo “Global Talent Trends”. Partindo das respostas de mais de 12,000 executivos, líderes de recursos humanos, colaboradores e investidores a nível mundial, a pesquisa revela as decisões que as empresas estão a tomar de forma a serem bem-sucedidas nesta nova era.
“As conclusões deste ano apresentam mudanças surpreendentes no mundo do trabalho”, afirma Pat Tomlinson, Presidente da Mercer. “Apontam para uma clara divergência entre o que os executivos C-Suite e os líderes de recursos humanos acreditam ser a estratégia mais eficaz para 2024, e uma demora na visão dos colaboradores sobre o impacto da tecnologia. À medida que entramos numa era de cooperação Homem-Máquina, as organizações têm de colocar os colaboradores no centro da transformação”.
Inteligência artificial (IA) generativa é vista enquanto fator-chave para o aumento da produtividade
A rápida evolução da IA generativa elevou a esperança de ganhos de produtividade dos colaboradores, com 40% dos executivos a preverem que a IA dará ganhos superiores a 30%. Contudo, três em cada cinco (58%) acreditam que a tecnologia está a avançar a uma velocidade superior do que a capacidade de reconversão dos colaboradores, com menos de metade (47%) a acreditar conseguir satisfazer a procura deste ano com o seu atual modelo de talento.
“Aumentar a produtividade através da IA é uma prioridade para os executivos, mas a resposta não está apenas na tecnologia. Uma maior produtividade requer um design de trabalho intencional e centrado nas pessoas”, afirma Kate Bravery, Líder Global de Consultoria de Talentos da Mercer e autora do estudo. “As empresas líderes reconhecem que a IA é apenas uma parte da equação. Estão a adotar uma visão holística para lidar com as quebras de produtividade e a proporcionar uma maior agilidade através de novos modelos de trabalho Homem-Máquina”.
Existem ainda desafios para encontrar um caminho sustentável para o futuro do trabalho. Três em cada quatro (74%) executivos estão preocupados com a rotação de talento e menos de um terço (28%) dos líderes de recursos humanos afirmam estar muito confiantes de que podem constituir um modelo de trabalho Homem-Máquina bem-sucedido. A chave para uma maior agilidade passa por adotar modelos de talento baseados em competências, algo que as empresas de elevado crescimento já dominam.
Confiança dos colaboradores diminui de forma generalizada
Em 2023, a confiança nos empregadores caiu de um máximo histórico em 2022 – um mau sinal, uma vez que o estudo mostra que a confiança tem um grande impacto na motivação dos colaboradores, na sensação de prosperidade e na intenção de permanecer na organização. Os colaboradores que acreditam que os seus empregadores farão o que é melhor para o bem-estar interno e para a sociedade são duas vezes mais prováveis de afirmarem que estão a prosperar, com um forte sentido de propósito e de pertença, sentindo-se valorizados.
Quase metade dos colaboradores diz querer trabalhar para uma organização da qual se possa orgulhar, sendo que algumas empresas estão já a priorizar os seus esforços de sustentabilidade e os princípios de “Good Work”. Dado que, em 2024, a remuneração justa (34%) e as oportunidades de desenvolvimento (28%) serão fatores determinantes para a permanência dos colaboradores, as organizações são incentivadas a promover uma progressão mais rápida em matéria de equidade salarial, transparência e acesso equitativo a oportunidades.
Globalmente, os colaboradores afirmam que o sentimento de pertença os ajuda a sentirem-se prósperos, mas apenas 39% dos líderes de recursos humanos afirmam que as mulheres e as minorias estão bem representadas na equipa de liderança da sua organização, com apenas 18% a afirmarem que os recentes esforços de diversidade, equidade e inclusão aumentaram a retenção dos principais grupos de diversidade. Três em cada quatro colaboradores (76%) já foram vítimas de discriminação em relação à idade. Uma vez que estes desafios se juntam à atual escassez de competências, é necessária uma maior atenção à inclusão e à satisfação das necessidades dos colaboradores, de forma a garantir que todos possam prosperar.
A resiliência será fundamental nos próximos anos
Os recentes investimentos na mitigação de riscos deram resultado, com 64% dos executivos a afirmarem que a sua empresa está preparada para desafios imprevistos, contra os 40% registados há dois anos. As preocupações a curto prazo, como a inflação, influenciam significativamente os planos trienais, no entanto, os riscos a longo prazo, como os riscos cibernéticos e climáticos, podem não estar a receber a devida atenção.
Construir a resiliência individual é tão crucial quanto a resiliência da empresa, com quatro em cada cinco (82%) dos colaboradores a afirmarem estar preocupados com a possibilidade de um burnout. Redesenhar o trabalho para o bem-estar interno é fundamental para mitigar este risco, com 51% das empresas de alto crescimento (com crescimento de receita de 10% ou mais em 2023) a afirmarem estar já a trabalhar nesse sentido, em comparação com apenas 39% dos seus pares de menor crescimento.
A experiência dos colaboradores é uma prioridade máxima
Mais de metade dos executivos (58%) receiam que a sua empresa não esteja a fazer o suficiente para motivar a adoção de novas tecnologias por parte dos colaboradores, sendo que dois terços (67%) dos líderes de recursos humanos partilharam a preocupação de terem implementado novas soluções tecnológicas sem transformar o trabalho. A experiência dos colaboradores é a principal prioridade dos recursos humanos para 2024 – um enfoque valioso, dado que os colaboradores prósperos são 2,6 vezes mais prováveis de afirmar que a empresa promove experiências de trabalho que fazem sobressair o seu melhor.
Os recursos humanos desempenham um papel fundamental para tornar o trabalho melhor para todos, mas é cada vez mais imperativo que trabalhem em conjunto com os líderes digitais e de risco para introduzir as mudanças necessárias ao ritmo exigido. Para satisfazer as expetativas organizacionais e dos colaboradores, 96% das empresas estão a planear uma reformulação funcional dos recursos humanos este ano, centrada na eliminação de silos e na liderança de formas de trabalho digitais.
Os investidores valorizam as forças de trabalho empenhadas
Este ano, pela primeira vez, a Mercer recolheu as opiniões dos gestores de ativos acerca do modo como a estratégia de talento de uma organização influencia as suas decisões de investimento. Quase nove em cada 10 (89%) consideram que o envolvimento da força de trabalho é um fator-chave para o desempenho da empresa e 84% consideram que uma abordagem “churn-and-burn” é prejudicial para o valor do negócio. Os investidores afirmam também que a promoção de um clima de confiança e justiça é o fator mais importante para a criação de um valor verdadeiro e sustentável nos próximos cinco anos.
Clique aqui para mais informações e para fazer o download do relatório deste ano.