5 reflexões sobre o futuro do trabalho para ficar no radar das lideranças brasileiras
11 agosto 2023
Está claro que a pandemia da Covid-19 acelerou exponencialmente o futuro do trabalho e como o Líder Global de Transformação da Mercer, Ravin Jesuthasan, contextualiza, o mundo viu a tendência da digitalização projetada para dois anos se concretizar em dois meses.
E os dois anos de trabalho vivenciados longe dos escritórios foram capazes de impulsionar avanços discutidos por 20 anos sobre a democratização do jeito de trabalhar.
Em meio a novos paradigmas que impulsionam a otimização do capital humano, as organizações já entenderam que é preciso uma nova forma de organizar o trabalho. No entanto, muitas ainda não construíram suas jornadas de transformação.
Confira, neste artigo, 5 insights do Ravin Jesuthasan para as lideranças brasileiras se engajarem, com suas equipes, na cocriação de modelos de trabalho que reflitam a fluidez que a agilidade organizacional e as mudanças nos negócios demandarão daqui para frente.
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Dissocie de vez o trabalho dos limites espaço-tempo-estrutura
A hora de pivotar um legado que vem reproduzindo por 140 anos um mesmo modelo de trabalho é agora. Cada vez mais, globalmente e no Brasil, veremos o trabalho acontecer fora das organizações.
“O novo modelo de trabalho refletirá a flexibilidade necessária para atender mudanças rápidas e disruptivas. Se concentrará em qual profissional tem as habilidades certas para o trabalho certo. As organizações não terão de estar onde os talentos se encontram, mas precisarão aprender a encontrar esses recursos em qualquer lugar.” — Ravin Jesuthasan
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A vez é do líder-maestro, mas a orquestra é da organização
A capacidade de orquestração substitui o comando-controle como novo estilo de liderança, muito mais focado em combinar habilidades para uma execução colaborativa e harmoniosa da estratégia. No entanto, na era do líder-maestro, as orquestras-equipes não serão exclusivas de um único regente.
“Na liderança do futuro, prevalecerá a mentalidade de confiança baseada em data analytics. Liderar exigirá avaliar desempenhos para proporcionar às pessoas fluidez e liberdade para entregarem a sua melhor contribuição à organização. Estamos falando de compartilhar abertamente talentos com outras áreas, o que será extremamente desafiador para alguns líderes.” — Ravin Jesuthasan
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Reinventar-se continuamente, a mentalidade do presente
O trabalho do futuro é resultado da colaboração e da experimentação no presente. Os esforços dos líderes e das organizações devem priorizar as tarefas fundamentais para a evolução do negócio. Forças de trabalho engajadas nesse redesenho constante permanecerão relevantes.
“Líderes e equipes deverão compartilhar dessa mentalidade de se reinventar continuamente. Porque será em conjunto que descobrirão como elevar patamares do que é possível executar e entregar. Para tanto, é crucial que as empresas promovam essa cultura de testar novas ideias para repensar e prototipar modelos novos de atuar.” — Ravin Jesuthasan
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Misture perfis diversos para construir a experiência do talento
A filosofia de people centric conquista uma nova perspectiva com a experiência do talento não vinculada a um emprego – seja funcionário fixo, temporário, integrante de empresa terceirizada, profissional freelancer ou aposentado. A partir do mapeamento da diversidade do capital humano disponível, organizações identificarão gaps de habilidades e experiências, e começarão a olhar além de seus muros para corrigi-los, por meio da criação de marketplaces de talentos globais.
“Os marketplaces globais de talentos não conectarão pessoas a posições. Funcionarão como ecossistemas orientados por combinar habilidades a demandas, quando novas tarefas ou projetos surgirem. Acredito que esse processo vai gerar revisões importantes, inclusive na esfera tributária das empresas e dos países. Porque o trabalho vai estar onde as capacidades estão.” — Ravin Jesuthasan
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Fim do emprego: o foco do RH está na gestão do trabalho
Os RHs terão a missão de provocar esse reset das lideranças para criação de uma nova arquitetura do capital humano nas empresas. À medida que a descrição de cargo perde espaço, a aquisição de talentos deixará de ser orientada pelo modelo até então predominante de atração e retenção de funcionários.
“Assim como o capital financeiro das organizações flui na direção das melhores oportunidades para o negócio, veremos o capital humano ser gerido de forma muito similar. Há uma frase de William Gibson, que gosto de citar pois sintetiza bem como essa transformação já começou: ‘The future is already here. It´s just not evenly distributed”. — Ravin Jesuthasan